HOMEM QUE JOGA

1046 palavras 5 páginas
Apesar da aparência e do discurso crítico dominante atestar que sim, filme de esporte é tudo que Moneyball não é – ou pelo menos não o é de todo; quem diz isso não está dizendo exatamente aquilo que pensa dizer. O esporte aparece, ao contrário, como substrato do drama (só existe porque existem pessoas), pano de fundo – e se precisamos sempre valorar um filme como sendo “sobre alguma coisa”, então O Homem que Mudou o Jogo é principalmente sobre pessoas. As rugas que se inscrevem na carne de Billy Beane (Brad Pitt é quem interpreta o protagonista da história) provenientes do esforço hercúleo que ele despende para gerenciar o Oakland Athletics (um desejo que está muito ligado ao seu passado como jogador) são antes o tema do filme do que as bolas e os bastões em si mesmos.

O esporte, o baseball, é por acaso sua história, seu mote dramático, mas a adrenalina que explode tela afora não é do jogo, da expectativa pela vitória ou pela derrota, mas sim se instala na iminência de uma condição psicológica e sentimental causada pela aproximação daquele personagem com um mundo em particular – um mundo tátil, mundo de pessoas, de lágrimas e sorrisos, mundo portanto cheio de vida(s) em toda sua complexificada estrutura sistêmica (o jogo, agora sim, assume um papel de importância sobressalente). Primeiro percebemos, já no início, que o dilema de Beane não é o jogo pelo jogo, a vitória pela vitória. O seu sangue ele já doou no passado. Agora é o atual gerente do Oakland, time da liga estadunidense de baseball com poucos recursos financeiros quando comparado com outros grandes clubes que disputam a mesma competição.

Bennett Miller é quem dirige o drama de Beane, que está em compreender as relações e, sobretudo, o sistema do jogo em questão. Regra número um: não existe igualdade na disputa (algo como o vestibular na universidade pública brasileira), no sentido de que os clubes não partem do mesmo chão. O choque localiza-se na esfera dos poderes constituintes, ou seja, quando os

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