HOMEM QUE JOGA
O esporte, o baseball, é por acaso sua história, seu mote dramático, mas a adrenalina que explode tela afora não é do jogo, da expectativa pela vitória ou pela derrota, mas sim se instala na iminência de uma condição psicológica e sentimental causada pela aproximação daquele personagem com um mundo em particular – um mundo tátil, mundo de pessoas, de lágrimas e sorrisos, mundo portanto cheio de vida(s) em toda sua complexificada estrutura sistêmica (o jogo, agora sim, assume um papel de importância sobressalente). Primeiro percebemos, já no início, que o dilema de Beane não é o jogo pelo jogo, a vitória pela vitória. O seu sangue ele já doou no passado. Agora é o atual gerente do Oakland, time da liga estadunidense de baseball com poucos recursos financeiros quando comparado com outros grandes clubes que disputam a mesma competição.
Bennett Miller é quem dirige o drama de Beane, que está em compreender as relações e, sobretudo, o sistema do jogo em questão. Regra número um: não existe igualdade na disputa (algo como o vestibular na universidade pública brasileira), no sentido de que os clubes não partem do mesmo chão. O choque localiza-se na esfera dos poderes constituintes, ou seja, quando os