HOMEM PLURAL
Por:Maria do Socorro Rodrigues de Souza Aires *
Bernard Lahire (1963) é um sociólogo francês e professor na Escola normal superior de Lyon e diretor do Grupo de Pesquisa sobre a Socialização (CNRS). Dentre os seus estudos, destacamos a obra Homem Plural (2002) como importante referência teórica para as ciências sociais. Nesta resenha, tenho interesse em algumas colocações destacadas pelo autor no tópico,Esboço para uma teoria do ator plural, em que propõem a não universalização dos achados científicos, a partir de uma reflexão crítica sobre as grande teorias sociais.
Lahire coloca em discussão as teorias da ação e do ator e afirma que há entre elas uma oposição que revela uma série de tensões interpretativas. A começar pelos termos que os autores usam pra designar “o homem nas formas de vida social”, o que também os relacionam a um determinado campo de pertença e seus adversários potenciais. Assim, nesta discussão ele utiliza o termo “ator”, tendo em vista que, o termo se relaciona a uma rede relativamente coerente de termos (p.10). Porém, o autor esclarece que a sua reflexão é direcionada para a “teoria da prática do habitus desenvolvidas por Pierre Bourdieu” e convidando-nos a “pensar com e contra” este autor, sem medo de exercer uma atividade crítica, tendo em vista, o resultado desta discussão (p.11).
Segundo o autor, o esboço da sua teoria do ator plural fundamentou-se em conhecimentos sociológicos, antropológico, históricos, filosóficos e psicológicos. Além de reflexões sobre as experiências literárias, sobre as práticas escolares e as práticas comuns da escrita ou ainda desenvolvidos relativos aos processos de incorporação. Lahire, descreve os elementos da sua teoria, a partir de cenas em que ele apresenta seus argumentos e desenvolve a reflexão a que se propõem. Desta forma, ele apresenta o ator plural na cena um, na cena dois ele indica os determinantes da ação,