hoje em dia
Embora marcada por um longo trajeto histórico, com momentos que cintilam enquanto singulares, a exemplo do episódio de 13 de março, a cidade de Campo Maior, que desponta como uma das mais antigas de nosso Estado, não escapa ao paradigma discursivo tão vigente em nosso século: o limiar crítico – mas de imprescindível discussão –, entre o progresso (conceito que também será debatido), e a obliteração de nossos entrelaçamentos históricos.
Com matrizes de abordagem como o positivismo, elabora-se prédica prédica de olhar futurista, na qual se deve buscar de forma obstinada a glória científico-econômica da humanidade, que só viria através de inovação e abnegação do passado, como se esse em nada significasse o presente, e por que não, o próprio futuro. São vicissitudes que relegaram tradições, costumes, valores, memórias que em muito constroem o agora. Através deste movimento foram negligenciados elementos identitários de grupos, em suas especificidades de espaço e tempo. Era a elaboração de simplista dicotomia “velho-novo”.
Não se via a possibilidade de vivenciar os espaços em sua dimensão mais humana, mas apenas pragmática, utilitarista, o que apagava a percepção das relações históricas da tríade passado-presente-futuro, como se um não perpasse aos demais, dando a sensação de haver apenas o tempo vindouro. Era uma corrida pelo amanhã, sempre apresentado como o mais satisfatório.
Foi desta forma que espaços memorialísticos (e aqui já adentramo-nos um pouco mais em nosso tema), foram sendo descaracterizados, repensados pela modernidade, ou mesmo, destruídos. A verticalização dos espaços era cada vez mais a regra, e viu-se a substituição massificada de construções antigas por prédios cada vez mais modernos, ou até mesmo apenas estacionamentos. O homem modernizava-se, e os espaços adequavam-se simultaneamente as novas necessidades de um mundo cada vez mais objetivo.
Demorou para que houvesse um despertar do sono em que Hipnos houvera posto a todos, e uma