hobsbawm Da revolução industrial inglesa ao imperialismo
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A Grã-Bretanha em 1750 Hobsbawm ressalta que os estrangeiros que visitavam a Inglaterra em 1750 se impressionavam com a beleza do campo e o tamanho de Londres, que era a maior cidade da cristandade. Não havia nenhuma outra cidade inglesa que pudesse mesmo de longe comparar-se com Londres, muito embora os portos e os centros de comércio ou manufatureiros das províncias estivessem, ao contrário do que acontecia no século XVII, expandindo-se depressa e prosperando visivelmente. Os navios e o comércio ultramarino eram a seiva vital da Grã-Bretanha, e a Marinha sua arma mais poderosa. Por volta de meados do século XVIII, o país possuía talvez 6.000 navios mercantes, perfazendo talvez meio milhão de toneladas, várias vezes mais que a frota mercantil francesa (sua maior rival). Essa frota tomava um décimo de todos os investimentos em capital fixo (além dos bens imobiliários) em 1700, e os marujos representavam quase o maior número de trabalhadores não-agrícolas. Em meados do século XVIII os britânicos já eram renomados pelas máquinas que “realmente multiplicam os homens ao diminuírem sua labuta” (Abade Le Blanc). A máquina a vapor, em sua forma primitiva, já prestava serviços. Conquanto a agricultura e as manufaturas fossem prósperas e se expandissem, aos olhos dos estrangeiros eram atividades muito menos importantes que o comércio. A Inglaterra era “a nação de lojistas”, e seu cidadão mais típico era o comerciante, não o industrial. O comércio dos britânicos era um fenômeno notável, tratava-se de uma atividade a um só tempo mercantil e bélica. Mais que isso: era uma atividade estritamente relacionada com o singular sistema político da Grã-Bretanha, onde os reis estavam subordinados ao Parlamento. O Parlamento britânico era controlado por uma oligarquia de aristocratas proprietários de terras, e não por aquelas classes que ainda não eram chamadas de médias. Todo o sistema britânico se baseava num governo voltado para as necessidades da classe média. “O