HOBBES X ROUSSEAU

3851 palavras 16 páginas
1. Hobbes: o medo e a esperança

1.1. Introdução

“É lícito ao rei governar despoticamente, já que o próprio povo lhe deu o poder absoluto”1.
Thomas Hobbes (1588 – 1619), nascido no Reino Unido, considerado por muitos o teórico que melhor definiu a ideologia absolutista, articulou um sistema lógico e coerente para apresentar a necessidade do Estado Despótico. O próprio título do seu livro, Leviatã (nome do monstro fenício do caos2), nos dá a ideia do que para ele seria esse Estado: uma grande entidade todo-poderosa que dominaria todos os cidadãos.
Hobbes justifica o Estado absoluto apontando-o como a superação do “estado de natureza”. Para ele, na sociedade primitiva ninguém estava sujeito a leis, tendo tão somente de satisfazer sua avidez intrínseca pelo poder, pelo interesse próprio. Levando uma “vida solitária, pobre, grosseira, animalizada e breve”3, todos estavam permanentemente em guerra entre si – o homem era o lobo do próprio homem (homo homini lúpus).
Numa fase posterior, os homens dotados da razão, do sentimento de autoconservação e de defesa buscam superar esse estado natural de destruição unindo-se para formar uma sociedade civil, mediante um contrato segundo o qual cada um cede seus direitos ao soberano. Dessa forma, renuncia-se a todo direito de liberdade, nocivo à paz, em benefício do Estado.
Hobbes conclui que a autoridade do Estado deve ser absoluta, a fim de proteger os cidadãos contra a violência e o caos da sociedade primitiva, motivo pelo qual os homens se unem politicamente, organizando-se num Estado Absoluto e vivendo felizes tanto quanto permite a condição humana.

1.2. Estado de natureza

Hobbes começa sua teoria caracterizando a vivência dos seres humanos antes da criação do Estado. Para ele, a liberdade e o direito que o homem possui ao nascer, seu direito natural – jus naturale - lhe profere a possibilidade de fazer tudo que achar que é seu direito. Ele afirma que no estado de natureza, o homem pode fazer o que bem entender, já que

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