HIV
Existem no mundo aproximadamente 33 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS, destas, cerca de 474 mil vivem no Brasil. Apesar do crescimento da epidemia no mundo, o desenvolvimento dos anti-retrovirais (ARV) mudou a vida dos indivíduos vivendo com HIV/AIDS. A morbidade e mortalidade declinaram entre 60 e 80%, principalmente pela disponibilidade de diferentes classes de fármacos ARV e o uso em combinação de três ou mais deles. O conhecimento da dinâmica viral e o surgimento de métodos laboratoriais capazes de mensurar a quantidade de vírus circulante no plasma tornaram possível a monitorização confiável e objetiva da evolução clínica e do tratamento da infecção pelo HIV. No entanto, apesar dos vários fármacos disponíveis, até mesmo pacientes virgens de tratamento podem apresentar resistência aos ARV.
1 INTRODUÇÃO
A síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) foi descrita pela primeira vez no inicio da década de oitenta em Nova York nos EUA (RAMOS NETO, 2004). Grupos de pacientes jovens, homossexuais masculinos, exibiam um complexo de sintomas, incluindo pneumonia severa causada por Pneumocystis jiroveci (STRINGER et al., 2002; STROHL et al., 2004) (normalmente um organismo eucariótico inofensivo), sarcoma de Kaposi (ordinariamente uma forma extremamente rara de câncer), perda de peso súbita, linfadenopatia e supressão geral da função imune. Esse conjunto de sinais e sintomas associados à doença veio a ser conhecido como a síndrome de imunodeficiência adquirida (STROHL et al., 2004).
Atualmente, acredita-se que o HIV tenha surgido pela mutação de um vírus que era endêmico em algumas áreas da África Central por muitos anos. Os pesquisadores especulam que um vírus relativamente benigno infectando macacos penetrou na população humana quando os animais eram mortos, sua pele retirada e sua carne utilizada para alimentos (TORTORA et al., 2005).
O HIV é um retrovírus do gênero Lentivirus, que possui duas fitas idênticas de RNA, a enzima transcriptase reversa (TR) e