Histórico Social do Analfabetismo no Brasil

HISTÓRICO SOCIAL DO ANALFABETISMO

Maria Elizabethe Benett1

O analfabetismo é reflexo de mais um dos tantos problemas sociais que o Brasil vem enfrentando e que precisa ser superado desde as suas raízes. Nesse sentido, repensar sobre as questões que envolvem o analfabetismo passa a ser essencial, visto que vai além de um “problema” a ser resolvido unicamente pelo campo da educação... Aponta-se o analfabetismo com um problema meramente educacional, ou até mesmo como uma falha nesse campo, não que minimizemos a culpa desse setor, mas inúmeros estudos e pesquisas confirmam que a maioria da população analfabeta é composta por pessoas oriundas das camadas mais pobres e excluídas evidenciando que dentre as causas que levam ao analfabetismo estão também questões sociais, econômicas e políticas. Portanto, vale destacar que há inúmeros fatores que configuram a negação da educação, dentre essas a falta de condições minimamente dignas de vida. A esse respeito Pelandré (2002, p. 21) nos coloca “O analfabetismo é a expressão da pobreza, conseqüência de uma estrutura social injusta. Seria ingênuo combatê-lo setorialmente sem combater suas causas”. Ferraro (2005,p.76) também menciona que “pauperismo e analfabetismo são duas faces do mesmo problema. Dois fenômenos estreitamente relacionados, não só porque originados das mesmas causas, mas também porque costumam reunir-se e manifestar-se nas mesmas pessoas, nos mesmos grupos, nas mesmas regiões”. Nesse sentido percebemos a dimensão social do analfabetismo, constatando com base em diferentes fontes, dados e teóricos que há uma relação direta entre as desvantagens escolares e a origem social. Em se tratando de analfabetismo não podemos deixar de destacar outro fator extremamente negativo: no Brasil o analfabetismo, preconceito e exclusão tem andado juntos e isso nem sequer nos assusta mais. Exemplo de tamanha exclusão é somos o único país onde uma pessoa com ensino superior tem direito a cela