Histórias do Folclore Brasileiro
No tempo dos escravos havia um fazendeiro muito ruim – que conseguia respeito através do medo e da ameaça. E, naqueles fins de mundo, fazia o que bem entendia sem dar satisfação a ninguém.
Entre os escravos da fazenda, havia um negrinho encarregado do pastoreio de alguns animais. Certo dia, esse negrinho, que já vivia sofrendo as maiores maldades feitas pelo patrão, perdeu um animal. Por esse motivo, foi preso a um tronco e apanhou muito. Depois, ainda foi mandado procurar o animal que havia se perdido.
Como a noite vinha chegando, ele pegou um toquinho de vela e alguns fósforos e saiu procurando. Mas nada. O toquinho acabou, e, com o dia chegando ao fim e ele teve de voltar à fazenda.
Como não havia encontrado o animal, foi preso mais uma vez ao tronco e, dessa vez, apanhou tanto, mas tanto, que morreu. Ou pareceu morrer. Depois disso, o patrão mandou atirar em um formigueiro o corpo do negrinho, todo banhado em sangue.
Mas, no outro dia, qual não foi a surpresa do patrão ao ver o negrinho vivo e contente junto do animal perdido? (Dizem que foi Nossa Senhora quem salvou o negrinho da morte.)
Desde então, o Negrinho do Pastoreio ficou sendo conhecido como o “achador das coisas perdidas”. E não cobra muito por isso: basta acender um toquinho de vela.
Mula-Sem-Cabeça
Em outros tempo, alguns padres resolveram não se casar para se dedicarem somente à oração e à Igreja. Foi somente no século XII – há quase novecentos anos – que a Igreja proibiu o matrimônio para os seus sacerdotes. Por isso, até hoje, quando algum sacerdote pretende se casar, ele é obrigado a abandonar a batina.
Foi assim, depois de muito pensar sobre o assunto, que um padre muito querido de uma cidade do interior, decidiu abandonar a Igreja e seguir em busca do seu amor – uma linda camponesa.
O padre, então, seguiu viagem para o pequeno povoado no qual a moça morava. E, ao encontrar a amada, que estava na companhia dos pais, ficou surpreso com a terrível reação