Histórias de migrações prisioneiras
Licenciatura Serviço Social - 1ºano
Antropologia Cultural
Histórias de migrações prisioneiras
Docente: Professor Carlos Alberto Afonso
Discente: Sharon Reinsch Ferreira
Ano lectivo: 2014/2015
Resumo:
Mulheres com o passaporte errado, destituídas de laços familiares e de comunidade, sem poder econômico, acabam por sofrer na esfera privada, com a utilização em excesso do poder patriarcal, ou a cair em redes de poder masculino . O mercado de trabalho hoje e, em particular, o mercado de trabalho em contexto de migração resgatou e reproduziu papéis tradicionais de reprodução de papéis feministas (trabalho doméstico; trabalho sexual; casamento de conveniência).
Palavras-chaves: Gênero, migração, divisão sexual do trabalho, divisão internacional do trabalho, violência doméstica
Introdução
A minha abordagem trata da natureza cultural de uma sociedade no conceito antropológico de cultura. Vou explorar o tema “Histórias de Migrações Prisioneiras” fazendo pontos de conexão entre o livro The Traffic in Women’s Work de Ana Parvulescu e os filmes” Import/Export” (Ulrich Seidl, 2007), “Lilya 4-ever” (Lukas Moodysson, 2002) e “Lorna’s Silence” (Jean-Pierre Dardenne , Luc Dardenne, 2008) e a realidade social, tendo para isso uma testemunha anônima à qual irei atribuir o nome de Sofie.
Sofie é uma emigrante alemã casada com um português, do qual tem dois filhos. Este tem, no seu país natal, uma vivenda própria e possui uma grande riqueza econômica, constituindo assim tudo o que uma família sonha para poder viver feliz. Encantada com a vida que o marido lhe prometeu em Portugal, Sofie decide abandonar o seu país, o seu emprego, a sua família…a sua vida. Já em Portugal o sonho de uma vida feliz tornou-se num pesadelo. Uso excessivo do poder patriarcal
A mulher numa sociedade moderna, em que deveria haver igualdade de gênero, voltou aos papéis tradicionais da divisão sexual do trabalho – mulher trabalha na esfera