história
Por: Mônica Nunes Sampaio
Provavelmente por motivo de ordem econômica a capital de Sergipe foi transferida de São Cristóvão para Aracaju. Em 1855, ano da transferência, o cultivo da cana ainda era a base da economia provicial e era responsável pela maior parte das exportações. O escoamento da produção era feito basicamente pelo porto de São Cristóvão, que devido as suas limitações estruturais e geográficas não mais atendia aos interesses da açucarocracia1, hávida em ampliar seus negócios.
Em 1853 Joaquim Inácio Barbosa, assume o governo de Sergipe e já no ano seguinte cuida da concretização do projeto da transferência que de fato se deu pela resolução nº 413, de 17 de março de 1855. O fato alterou significativamente a história do estado, a capital passou a ser Aracaju, mais precisamente localizada no então povoado denominado Santo Antônio do Aracaju (onde hoje está localizado o bairro Santo Antônio).
De acordo com os documentos da época, a nova capital possuía enormes vantagens com relação a São Cristóvão; possuía melhores condições portuárias e estando melhor localizada, o escoamento do açúcar se dava com mais fluidez pela foz do rio Sergipe, principalmente para os produtores do Vale do Cotinguiba2 que eram os maiores interessados na mudança. De acordo com os dados da época, pelo novo porto, as exportações aumentariam cerca de 500%.
No entanto, a mudança da capital não ocorreu de forma pacífica. E para evitar choques e possíveis derramamentos de sangue, a mudança foi feita aos poucos, a às vezes na calada da noite...
“Numa de tuas quietas noites, em março de 1855, uns poucos carros de bois, com os eixos devidamente ensaboados, transpunham, vagarosa e silenciosamente, a corcova da ponte de Santa Cruz, levando para as praias de Aracaju os arquivos e os cofres provinciais”. ( PORTO, Fernando )
Apesar de todo o cuidado das autoridades, alguns moradores de São Cristóvão fizeram protestos porque não aceitavam a tal transferência.