A questão da religiosidade no Brasil Colonial é complexa e pedinte de minuciosas análises. O processo de colonização trouxe uma bagagem composta por portugueses que traziam em suas entranhas imaginários e representações de um cristianismo como única religião digna da fé humana, explicando, e ditando regras de “como se viver”, e “como se morrer” corretamente. Imaginário cristão que ao transpor o atlântico e aportar na inicial, “Ilha de Vera Cruz”, irá se confrontar, apropriar e fundir-se com uma metafísica e divindades indígenas,assim como também se verá de frente com interpretações e concepções “do Divino”, trazidas em navios negreiros , por negros africanos a serem escravizados. Mediante a todas estas variantes expostas e a serem consideradas, temos um medo comum, um medo do desconhecido que se traduz nas seguintes palavras: “Medo da Morte”. As interpretações para “o morrer” diferiam, quando isoladas entre si,para a cultura européia cristã, bem como para a indígena e também a dos negros africanos. Mas, pairando acima de qualquer nuance que se pudesse verificar, havia a consciência comum de que “o morrer” era inevitável e toda uma preocupação com o momento da pós-morte. O texto de Cláudia Rodrigues: “A arte de bem morrer no Rio de janeiro Setecentista “,focaliza majoritariamente,as interpretações cristãs ocidentais acerca do momento da morte do indivíduo . Utilizando conceitos como “clericalização da morte” e “pedagogia do medo”, Cláudia deixa clara a visão cristã de que é preciso estar preparado para a adversidade da morte, bem como a noção fundamental de que eram extremamente necessárias, as imediações e interferências dos membros da igreja, nos processos de salvação de almas. Já os textos de Célia Maia Borges e Junia Ferreira Furtado se prendem não só as noções de religiosidade cristã, como também, através da ênfase na existência de irmandades e nas descrições das mesmas. Defendem o sincretismo de elementos religiosos