História e documento
Considerado por grande parte das opiniões um dos maiores historiadores do século XX, Marc Bloch foi professor de História Antiga, tendo sido eleito o maior medievalista de todos os tempos, com estudos e pesquisas focados no Feudalismo. Foi Marc Bloch quem defendeu a valorização do estudo do homem, da sociedade e da construção do tempo em História, abandonando o método de nomes e datas utilizado. Participou da Primeira Guerra Mundial, na qual foi ferido e condecorado. Após a mesma, ingressou na Universidade de Estrasburgo, onde conheceu Lucien Febvre. Juntos fundaram a "Revue des Annales" (os Annales d'Histoire Économique et Sociale), em 1929. Com o advento da Segunda Guerra Mundial, Bloch foi obrigado a deixar a direção dos Annales por ser Judeu. Na mesma época, doi detido e torturado pela Gestapo, sendo fuzilado pelos nazistas em um campo de concentração em 1944.
“A vida é muito breve, os conhecimentos a adquirir muito longos para permitir, até para o mais belo gênio, uma experiência total da hunanidade” (Apologia da História ou o Ofício de Historiador, p. 68)
Apologia da História ou o Ofício de Historiador
Em seu tempo no cativeiro, Marc Bloch continuou estudando e escrevendo. Assim, iniciou o que viria a ser sua última obra, o livro Apologia da História ou O Ofício do Historiador, contribuição para o pensamento histórico que ficou inacabada e foi posteriormente publicada por seu amigo Lucien Febvre. Não se trata de uma obra extensa, uma vez que o autor tinha perseverança, mas não condições de se estender em seus pensamentos. O livro está dividido em cinco capítulos e a incompletude do quinto é nítida. Traz em si as primeiras idéias da Escola dos Annales, tendo se tornado uma leitura quase obrigatória para todo aquele interessado em História e nas suas contribuições.
Capítulo I: A história, os homens e o tempo
Marc Bloch começa o seu livro com uma consideração