História e análise da Pastoral da Criança

Resumo: O presente artigo tem como objetivo entender a Pastoral da Criança de forma direta e sucinta, apresentando seu histórico e modo atuação junto às comunidades carentes. É apresentada também a polêmica relação entre a Pastoral da Criança e a Teologia da Libertação, no que se assemelham e no que diferem e o papel da Pastoral como exemplo bem sucedido de entidade do Terceiro Setor, ocupando a lacuna deixada pela ineficiência do Estado. Por fim, observa-se, perante as informações apresentadas, que a atuação da Pastoral é de grande valia no combate a mortalidade infantil e na promoção humana.
Introdução
O desempenho de entidades ligadas ao Terceiro Setor merece a atenção da sociedade. Entender como elas trabalham e porque são necessárias possibilita uma melhor compreensão histórica e social da periferia no Brasil. Nesse sentido, conhecer a Pastoral da Criança torna-se essencial para compreendermos o papel da religião na vida pública e a ineficiência do Estado perante a miséria do país.
A Pastoral da Criança é uma expressão da urgência do povo menos abastado em ser atendido em suas necessidades mais básicas (CARVALHO, 2007). Seu modelo socioeducativo que se utiliza de técnicas simples e pouca tecnologia causa grande impacto onde é implantado, pois pressupõe a participação do grupo na sua própria transformação, retirando-os do papel de meros receptores e os alçando a protagonistas de suas vidas (NEUMANN, 1999).
Para uma melhor compreensão de sua dimensão é importante analisar sua origem na Igreja Católica, o contexto em que se desenvolveu e como sua metodologia é executada.
Histórico e modo de atuação
Zilda Arns Neumann (1934 – 2010), médica sanitarista e pediatra brasileira, juntamente com Dom Geraldo Magella Agnelo, cardeal brasileiro e atual arcebispo-emérito da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, fundou, em 1983, a Pastoral da Criança. Com presença em todos os estados do Brasil e em 21 países da América Latina, Caribe, África e Ásia, a Pastoral,