História social da infância e da família
Comenta a ausência de conceitos sobre a infância na sociedade medieval, assim como discrimina este fato a escassez de afeto e estima às crianças, e descreve as alterações sofridas pela instituição escolar, como resposta ao surgimento de novas concepções de infância entre os séculos XVI e XVII. Durante todo o texto, Philippe Áries fornece princípios para que se possa problematizar a infância numa sociedade de pensamento singular e individual, e narra eventos essenciais a constituição do que hoje denominamos escolas, tais como: as pequenas escolas; a origem das classes escolares; o progresso da disciplina; o ensino diferenciado etc.
A abertura do texto se dá afirmando uma inexistência ao sentimento de infância, porém nas páginas seguintes ele relata a “invenção" de um novo sentimento da infância, no qual se demarca o ato de mimar e paparicar as crianças, vistas como meio de entretenimento dos adultos, bem como a aversão a este novo significado de infância, por parte dos moralistas e educadores. A morte também passa a ser recebida com dor e abatimento pelos adultos. Conforme as mudanças, as crianças foram introduzidas na vida escolástica e a educação adquirida por elas não era nada específica, pelo contrário, elas dividiam espaço com alunos de todas as idades. Para os contemporâneos daquela época a idade era o que menos importava apenas se preocupavam com a matéria ensinada. Os estudos ocorriam nas escolas catedrais, em claustros, em esquinas de ruas ou em salas alugadas, não havia gradação curricular nem bancos, forravam-se palhas no chão para que os alunos sentassem. Observa-se também a configuração do colégio que antes funcionava como asilo para crianças pobres e a partir do século XV tornou-se uma instituição de ensino, de vigilância e enquadramento de juventude. Surgiu nesse local uma preocupação com a moralidade das crianças, desta forma criou-se um modo