História oral

Introdução
Entre os anos 1950 e 1980 havia muitos motivos para acreditar que o Brasil caminhava a passos largos para a modernização, industrialização e o acesso ao primeiro mundo. Porém este sentimento se restringe a pequena uma parcela da população que vive em áreas urbanas e que veem estas mudanças de forma mais próxima do que para aqueles que residem nas periferias das grandes cidades, ou aos que vivem no interior do país em lugarejos predominantemente agrários, de modo familiar, ou latifundiário. Esta industrialização das grandes cidades trazia consigo uma nova forma nos padrões de consumo da sociedade brasileira. Desta forma, a imagem de um país com novas características de consumo contrasta com a realidade das periferias das grandes cidades, assim como no interior do Brasil. Em nossas entrevistas constatamos que apesar do relativo progresso da industrialização do país, principalmente nos anos 50/60, ainda tínhamos enormes disparidades entre setores da sociedade brasileira e que estes novos padrões de consumo tardam a chegar às parcelas menos abastadas tanto na periferia dos grandes centros, quanto às parcelas menos abastadas do interior brasileiro. Para estabelecermos relações entre o texto “Capitalismo Tardio e Sociabilidade Moderna” de João Manuel Cardoso de Mello e Fernando Novais, com a percepção popular deste momento brasileiro, entrevistamos três pessoas, dois homens e uma mulher que nasceram entre 1949 e 1952, por tanto, vivenciaram o período da infância nos anos 1950 e inicio dos anos 1960. Dois nasceram e cresceram dentro da cidade de São Paulo, Conceição Aparecida dos Santos Dirani e Flavio Alberto Mazuchini, o terceiro entrevistado, Darly de Carvalho, nasceu e cresceu no interior do estado de São Paulo e mais tarde migrou para a cidade de São Paulo em busca da tão sonhada melhora de vida. Mesmo tratando de perspectivas diferentes, as entrevistas convergem em muitos pontos, pincipalmente na dificuldade diária de sobrevivência da parcela da