História dos Programas de R dio
Como um dos elementos constitutivos da cultura da mídia, o rádio está presente desde a década de
1920 no Brasil. Naquela época, em que as primeiras emissoras de rádio foram implantadas no país, os pioneiros do rádio entendiam o meio como uma forma de educar a população brasileira, na sua maioria analfabeta. O veículo era considerado refinado e elitizado, voltado à veiculação da chamada alta cultura, ou melhor, da cultura erudita de origem europeia.
Durante a década de 1940, a programação do rádio brasileiro começa a mudar, deixaria de ser cultural-elitista para se tornar popular, jocosa e calorosa, baseada no humor anárquico oriundo do sucesso do teatro de revista e dos folhetins brasileiros. Este riso provocado no ouvinte vinha de esquetes humorísticos, da apresentação de piadas no ar, das paródias musicais, dos jingles engraçados, das radionovelas de gêneros diversos, do show de calouros e de um lugar que misturava tudo isso: os programas de auditório. Estes quadros humorísticos tiveram sua origem principalmente nas peças do teatro de revista (influenciadas por sua vez pelas operetas europeias), que traziam nas suas textualidades duas formas marcantes: o humor e a música.
Assim, o rádio começaria a se consolidar no Brasil, de forma majoritariamente comercial, vivendo nos anos 1940/50 a sua “era de ouro”. Os ouvintes da época começaram a visitar as emissoras de rádio para conhecer de perto seus artistas e radialistas prediletos. Quem eram os donos daquelas vozes que entravam nas casas dos ouvintes, se tornavam íntimas e travavam um diálogo mental com toda família? Os produtores perceberam que a presença física dos ouvintes nas emissoras trazia calor à programação e gerava adesão do público, ou seja, as audiências aumentavam consideravelmente e, consequentemente, as verbas publicitárias. Os veículos passaram então a investir em atrações mais interativas e divertidas, que permitissem ao ouvinte a sensação de proximidade com o meio