História dos Doces na Culinária Brasileira
O doce está presente no cotidiano brasileiro há muito tempo. Desde o cultivo da cana, do engenho e da senzala, a trajetória dos doces brasileiros praticamente começa quando nasce o país.
Dizem os historiadores que o açúcar, obtido após a evaporação do caldo de cana, foi descoberto na Índia, por volta do século III. Porém, teriam sido os árabes os introdutores em grande escala na alimentação, criando amêndoas e nozes açucaradas, além de doces de figo e laranja. Já no século XV, ao conquistar a Península Ibérica, os mesmos árabes incluíram a cana-de-açúcar nas mudas que passariam a produzir as frutas utilizadas nos doces futuros. A partir de Portugal e Espanha, a cana-de-açúcar desembarca na América pelas mãos dos desbravadores da nova terra descoberta. Assim, sacramentava-se a invasão mais doce da história brasileira, uma cultura que se perpetuou pelos séculos seguintes.
Considerando quitutes como quindins, geleias, compotas e frutas cristalizadas, tem-se um panorama da formação do gosto do povo brasileiro pelos doces: o imperador D. Pedro II trocava os afazeres da Corte por um bom doce de figo feito no tacho; Rui Barbosa era aficcionado por doce de batata; João Goulart e Jorge Amado eram verdadeiros adoradores do doce de coco; Juscelino Kubitscheck nunca recusava uma baba de moça.
De volta aos tempos coloniais, a cajuada e a goiabada ganharam status de nobreza, já sendo considerados os dois grandes expoentes da casa-grande. Os aromas de bananas assadas ou fritas com canela também invadiam as propriedades, assim como o mel de engenho era fundido com farinha de mandioca.
Nos engenhos do interior de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, e Maranhão e nos sobrados de Recife, São Luis e Maceió, as cozinheiras negras foram verdadeiras alquimistas na formação de uma cozinha regional.
Passado o tempo, surge um dos maiores aliados da culinária: o gelo. A partir daí, as frutas brasileiras, presentes em doces, geleias, pudins, servidos ainda quentes,