História do Jornal no Brasil
O primeiro periódico do Brasil foi publicado em Londres, em 1808, chamado de “Correio Braziliense”. Oposicionista e crítico, discutia os problemas da colônia, mesmo sendo feito na Inglaterra, e atravessava o atlântico para ser circulado aqui. Mas antes dele, por aqui já circulava a “Gazeta de Lisboa”. Ou seja, havia jornais produzidos na Europa e que circulavam normalmente por aqui, pelo menos desde o século XVIII. No entanto, essa imprensa periódica, embora disseminasse informações, opiniões e ideias, não praticava até 1808 o debate e a divergência política, publicamente no contexto absolutista português. E é na criação dessas divergências que a opinião pública começa a ganhar espaço. Apesar de sofrer restrições e até perseguições do governo luso-brasileiro, por sua contundência oposicionista, sabe-se que o Correio Braziliense era lido sistematicamente no Brasil.
Foi criada a Imprensa Régia, que foi responsável, a médio prazo, pela produção de 1500 títulos no final do século XIX. Em geral jornais simples, com duas páginas, mas que aos poucos foram ganhando espaço na sociedade brasileira. O desenvolvimento do jornal está misturada de diversas maneiras com a história do próprio Brasil, sendo praticamente impossível separá-las, as histórias se auto-explicam, alimentam-se reciprocamente. Não há como escrever sobre a história da imprensa sem relacioná-la com a trajetória política, econômica, social e cultural do país.
O jornal surgiu no Brasil com uma defasagem muito grande em relação a Europa. A censura prévia aos impressos era exercida em todos os territórios pertencentes a nação portuguesa, pelo Poder Civil e pelo Eclesial.
Antes mesmo de 1808, foi possível inventariar mais de 300 obras de autores nascidos no território brasileiro, incluindo não só livros, mas impressos anônimos, relatando festejos e acontecimentos. Eram textos variados: desde narrativas históricas até poesias, passando pela agricultura, medicina, botânica,