História do fado
Antes de prosseguir com a minha apresentação, gostaria de dar uma introdução sobre o Fado, como dança tradicional e transcendental do povo portuguese.
Nos finais do séc.XVII, as "modinhas" brasileiras estavam em voga em Lisboa. É Caldas Barbosa, "poeta e cantador de modinhas", nascido em 1740, filho de uma escrava angolana e de um português, que introduz nos salões de Lisboa, uma nova cantiga toda de "suspiros" e "ais", mistura da "modinha" com o doce "Lundum".
Só depois de 1840 é que o fado aparece como música popular, com um ritmo particular, tocado na guitarra e que tem por letra os poemas chamados "Fados".
Ao longo dos tempos, o fado tem passado por diversas fases.
1840 a 1869 - Fase Popular
Numa 1ª fase, que ocorre entre 1840 e 1869, o fado é popular e espontâneo, é executado nas tabernas e vielas, está associado à prostituição e à vadiagem e transmite melancolia, tristeza, medo e amargura, características desta camada da população.
.1869 a 1930 - Fase Aristocrática
Inicia-se em 1868/1869 e é considerada uma fase aristocrática e literária, em que as origens humildes do fado, nas vielas e tascas de Lisboa na voz de rufias e rameiras, não tardou a conquistar adeptos entre a burguesia e nobreza que se deslocavam até os bairros pobres e degradados de Lisboa, onde se misturavam com o povo nas tabernas e nas coletividades e que vão levar o fado a ser executado nos salões dos palácios. No seio da burguesia, a simplicidade das cordas da guitarra foi trocada pelo piano. As pautas das canções passaram a ser vendidas e as senhoras da alta-roda, ouviam emocionadas, o fado nos salões.
1930 a 1974 - Período Glorioso
No princípio do séc. XX, o fado começou a ser apresentado no teatro de revista, deixando de ter a sua característica de improvisação, para o que muito contribuiu o período da ditadura de Salazar (1932-1968), que sujeitava as letras à censura e exigia aos profissionais uma licença para o exercício da