HISTÓRIA DO CONCEITO DE SAÚDE
* SCLIAR, Moacyr. História do conceito de saúde. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, abr. 2007.
O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social.
Dependerá de valores individuais, dependerá de concepções científicas, religiosas, filosóficas.
Para a concepção mágico-religiosa têm-se como princípio a doença resultante da ação de forças alheias ao organismo que neste se introduzem por causa do pecado ou de maldição, devida à ação de demônios, ou de maus espíritos, um sinal da cólera divina, diante dos pecados humanos.
Na mitologia grega, várias divindades estavam vinculadas à saúde. Os gregos cultuavam, além da divindade da medicina,
Asclepius, ou Aesculapius (que é mencionado como figura histórica na Ilíada), duas outras deusas, Higieia, a Saúde, e Panacea, a Cura. Ora, Higieia era uma das manifestações de Athena, a deusa da razão, e o seu culto, como sugere o nome, representa uma valorização das práticas higiênicas; e se
Panacea representa a ideia de que tudo pode ser curado - uma crença basicamente mágica ou religiosa -, deve-se notar que a cura, para os gregos, era obtida pelo uso de plantas e de métodos naturais, e não apenas por procedimentos ritualísticos.
Hipócrates (460-377 a.C.)
Galeno (129-199)
- revisitou a teoria humoral e ressaltou a importância dos quatro temperamentos no estado de saúde.
- Via a causa da doença como endógena, ou seja, estaria dentro do próprio homem, em sua constituição física ou em hábitos de vida que levassem ao desequilíbrio.
“A doença chamada sagrada não é, em minha opinião, mais divina ou mais sagrada que qualquer outra doença; tem uma causa natural e sua origem supostamente divina reflete a ignorância humana”.
- postulou a existência de quatro fluidos
(humores) principais no corpo: bile amarela, bile
negra,