História do Chile
A história recente do Chile
O Chile foi o primeiro país latino-americano a adotar o voto secreto antes da França, Bélgica, Dinamarca e Noruega. As eleições presidenciais de 1970 foram vencidas pelo socialista Salvador Allende, candidato da Unidade Popular, que agregava o Partido socialista, o Partido Comunista e outros partidos de esquerda, cujo objetivo era alcançar o socialismo por meios democráticos.
O governo Allende pretendia "construir uma sociedade socialista em liberdade, pluralismo e democracia" e estava comprometido com o processo de nacionalização da economia, com a reforma agrária e com a elevação do nível de vida dos trabalhadores, ou seja, acreditava que as reformas sócias econômicas graduais pudessem fortalecer as massas trabalhadoras e ao mesmo tempo e ao mesmo tempo destruir o predomínio econômico e imperialista, abrindo caminho para a construção de uma sociedade socialista.
O projeto de seu governo era transformar 4.400 fazendas obsoletas em cooperativas, num total de 5,8 milhões de hectares. Nacionalizar o sal, carvão, ferro e cobre. Talvez a medida econômica mais transcendental do século. Organizar o setor social da economia, incluindo quase todos os bancos e mais de 150 empresas que produzem a plena capacidade, sem que haja denúncias de corrupção. E implantar um sistema de planejamento computadorizado inovador (então chamado cibernética). O aumento da produção permite um aumento significativo na receita para a maior parte dos quase 10 milhões de chilenos, especialmente os mais humildes.
Não se conhecem mudanças tão profundas e rápidas na América Latina. Nem o presidente mexicano Lázaro Cárdenas, pai da primeira reforma agrária e da nacionalização do petróleo, nem Jacobo Arbens na Guatelama, nem João Goulart no Brasil, nem o próprio Fidel Castro, transformaram tanto em tão pouco tempo.
Muitos empresários, latifundiários, políticos conservadores, setores do clero católico e significativa