História de israel
Como vimos, na antiguidade já encontramos os argumentos essenciais da crítica filosófica à religião. Talvez o modelo original da crítica interna na tradição judaico-cristã seja o profeta Jeremias em sua polêmica contra os ídolos, os falsos deuses, estátuas de madeira (Jer 10). O profeta fundamenta sua crítica na perspectiva do monoteísmo israelita. A proibição de fazer imagens cúlticas de Javé tinha o objetivo de evitar a contaminação do culto e da fé monoteísta, pois Israel sucumbiu à tentação da idolatria por influência dos povos vizinhos, chegando a venerar por influência dos povos vizinhos, chegando a venerar o bezerro de ouro (Ex 32).
Em Ex 3,14, o contrariado Moisés, perguntando Javé que Deus libertaria Israel do Egito, recebeu a resposta: “Eu sou aquele que sou”. Essa fórmula até pouco foi interpretada como tautologia, mas hoje é compreendida como anúncio de uma intervenção ativa. Se Deus rejeita um nome fixo para si para evitar que se torne disponível, somente ele pode tomar a iniciativa de, em determinada situação histórica, comunicar-se com o homem (Eu serei aquele que será como eu me manifestarei). Se Deus faz uma promessa, proclama sua ajuda a sua criatura, a sua criação e a seu povo que dela necessita. Tal ajuda pode ser esperada, e pedida, mas não exigida.
Trata-se de um Deus que não é um objeto inane (poder, perfeição), mas dinâmico, encontro pessoal. Nessa perspectiva, religião não é instrumento do poder, mas proposta de comunicação. Como outrora, esse Deus cobrou obediência de Abraão, o pai do povo, e lhe prometeu a bênção, exige agora que o povo se liberte do Egito e se coloque sob a condução de Javé em direção a um futuro incerto. Dessa fé nasceu uma orientação dupla de crítica da religião.
Por um lado, encontra-se uma crítica imanente da religião como crítica da prática religiosa do povo de Israel. O homem que quer corresponder a esse Deus não pode ser uma grandeza autárquica. Javé não