história da África
A história tradicional do Ocidente, limitada por uma visão eurocentrista, quase sempre tratou como não relevante a história de outras regiões. Esse olhar, que tem subordinado e diminuído a importância de outros povos e que apresenta a Europa como eixo de movimento evolutivo, foi impulsionado desde a Antiguidade, época em que a região mediterrânea era definida como o centro do mundo. A África, desde então, passou a ser vista como distante, como a região dos “homens de face queimadas.” (conforme DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO).
A idéia da de supremacia européia e conseqüente inferioridade de outras culturas, especialmente as africanas, consolidou-se durante a Idade Moderna quando a Europa passou a centralizar o poder econômico, político e militar mundial.
Ao contrário do que prega essa versão estereotipada das populações e da cultura africanas, o continente foi palco de uma ampla e complexa diversidade histórica, que começa com os primórdios da humanidade. Na África, na região que atravessa a Etiópia, o Quênia e Tanzânia, foram encontrados os mais antigos fósseis de ancestrais humanos, como diversos fósseis do Austrapithecus, que viveu no continente desde pelo menos 7 milhões de anos, bem como da espécie mais evoluída do Homo habilis. Fosseis do homem moderno, conhecido como Homo sapiens sapiens, têm sido encontrado em diversas partes do mundo, mas alguns pesquisadores apontam como mais antigos os da áfrica.
Grandes mudanças climáticas ocorridas por todo o continente africano nos últimos milênios antes da Era Cristã também influenciaram fortemente o quadro histórico geral, em especial nas áreas que envolviam o que denominamos hoje deserto do Saara. Considerando esse o maior deserto do mundo, comumente são apontadas duas grandes sub-regiões do continente africano: a África Setentrional e a Subsaariana.
Ao sul do Saara prevaleceram ainda hoje os descendentes dos primeiros agricultores negros, falantes de línguas relacionadas ao Banto,