História da Saúde do Brasil
As primeiras referências sobre a terra e os indígenas encontrados por Cabral em 1500 eram de um paraíso terreno, isento de enfermidades. Porém tal imagem do território durou pouco, os conflitos com os índios, as dificuldades materiais da vida na região e as enfermidades eram os principais obstáculos para o estabelecimento dos colonizadores.
Por causa disso, o Conselho Ultramarino (responsável pela administração das colônias) criou no século XVI os cargos de físico-mor e cirurgião-mor, que foram encarregados de zelar da saúde da população sob domínio lusitano. Porém, eram raros os médicos europeus que aceitavam vir para a colônia, por causa dos baixos salários e amedrontados com os perigos que enfrentariam. Os poucos médicos que vieram enfrentaram muitos problemas. Assim em vez de recorrer aos médicos, a população colonial, rica ou pobre, preferia utilizar os remédios recomendados pelos curandeiros, negros e indígenas.
Capitão-general Luís de Mascarenhas (capitania de SP) disse que os médicos europeus eram “raros e caros” e os boticários (espécies de farmacêuticos) haviam se degenerado, negando-se a socorrer os enfermos sem dinheiro. Afirmou ainda que os remédios populares eram eficientes e ele mesmo recorria aos “curadores” e aos padres da Companhia de Jesus para tratar da saúde.
Varíola
A ausência de serviços de saúde eficientes fazia com que a população só aceitasse as orientações médicas em épocas de epidemia, como os surtos de varíola. A doença já era bem conhecida na África e veio provavelmente com os escravos africanos. Nos surtos epidêmicos os médicos e os curandeiros por desconhecerem a varíola e as demais doenças infectocontagiosas pouco podiam fazer, por isso orientavam a população a afastar os enfermos dos locais frequentados por sadios. Assim os “bexiguentos” morriam sozinhos nas matas próximas as vilas e povoados. A prática do isolamento era aceita por todos, porem a atitude dos médicos de prevenir a varíola colocando