História da riqueza do homem
(A história européia em uma visão crítica, pautada no materialismo dialético. O historiador Leo Huberman estuda desde a Idade Média até o nascimento do nazi-fascismo, neste livro que é considerado um clássico da história moderna).
Resumo
Aí vem o rei! Se tal livro tivesse sido escrito no século X ou XI, teria sido na língua que melhor conheciam, o latim, pois todos os escritos antigos são nessa língua, tida como universal e erudita. Na época, as crianças não estudavam inglês, alemão ou italiano, estudavam o latim. Falavam inglês, alemão ou italiano, mas não a escreviam. Só mais tarde isso aconteceu.
As universidades eram instituições internacionais com estudantes de toda a Europa ocidental estudando e conversando juntos sem dificuldade.
Também assim era a religião pois só havia a igreja católica, que cobrava impostos e tinha suas regras e regulamentos e não havia limites estatais à religião.
As crianças do século X não viam em seus livros didáticos imagens de navios afundando, sejam de seu país ou do inimigo. Naquele tempo não havia países como concebemos hoje.
A indústria deixou de ser doméstica e migrou para as cidades, tornando-se local mesmo não sendo nacional.
Mas no decorrer do século XV tudo isso mudou. Nações surgiram acentuando as divisões nacionais. Leis nacionais foram criadas, assim como as línguas e até as igrejas tornaram-se nacionais. Os homens não eram mais apenas cidadãos de Madri, de Kent ou de Paris, mas sim da Espanha, Inglaterra ou França. A fidelidade era do rei, monarca de toda uma nação.
Muitas foram as razões para essa evolução do Estado nacional, sendo elas políticas, religiosas, sociais, econômicas etc. Examinaremos principalmente a econômica.
O mais importante acontecimento do período que vai do século X ao século XV foi a ascensão da classe média. Antigas instituições sucumbiram dando lugar a novas. Essa é uma lei da História.
A classe média queria ordem e segurança, coisa que os senhores