História da Mulher na Imprensa
Havia inicialmente uma separação entre a imprensa geral e a feminina, em que a segunda era desapreciada em relação à primeira, pois as páginas deste tipo de impresso eram uma compilação de qualquer assunto que envolvia o universo feminino ou o familiar, às vezes, passando pelas questões políticas, pelo feminismo e, também, pelas questões domésticas.
O problema da especialização da imprensa feminina recai no fato de ser um público bastante extenso e um conteúdo igualmente plural. Definiu-se, então, que imprensa feminina seria composta por periódicos “dirigidos e pensados para mulheres”.
1.1) O surgimento das revistas femininas no Brasil e no mundo
Para nos situarmos sobre o contexto histórico-político que permeou os primórdios das revistas segmentadas, como a que me refiro nesta pesquisa, falemos um pouco sobre o surgimento da imprensa feminina.
Para Dulcília Schroeder, as revistas femininas se dirigem claramente às mulheres desde seu título. A mulher é basicamente a característica fundamental deste tipo de imprensa. Por esta razão, havia inicialmente uma separação entre a imprensa geral e a feminina, em que a segunda sempre fora menosprezada em relação à primeira. O fato da imprensa feminina, muitas vezes, não se ater ao fato noticioso, questionava-se o seu valor jornalístico.
Os primeiros ensaios de uma imprensa exclusivamente feminina tiveram origem na Inglaterra no final do século XVII. Buitoni traça uma historiografia detalhada sobre o desenvolvimento deste tipo de publicação em seu livro Imprensa Feminina. Segundo a autora, os primeiros deste tipo eram fascículos majoritariamente literários. O Lady's Mercury (ou Mercúrio das Senhoras, em português) foi o pioneiro do segmento. Surgido em 1693, já naquela época trazia em suas páginas uma espécie de consultório sentimental, uma seção que seria copiada com sucesso por toda a imprensa feminina posterior (1986, p.22-25).
Um século depois, a partir de