História da Guerra do Peloponeso
Eric Arroio Merlone dos Santos – Segurança e Defesa – 06/04/14
A parte do texto da História da Guerra do Peloponeso, livro escrito por Tucídedes, analisada é o Diálogo de Mélios. A parte recortada do texto refere-se à discussão travada entre atenienses e os melianos, que precede a invasão de Atenas à Ilha de Melos, na qual é concretizada e exposta a lei do direito natural do mais forte. Esse conceito justifica o uso da violência para garantir atingir objetivos e interesses, tornando o uso da guerra um mecanismo legal.
A ideia central do diálogo pode ser claramente identificada numa das falas por parte dos atenienses: “Deveis saber tanto quanto nós que o justo, nas discussões entre os homens, só prevalece quando os interesses de ambos os lados são compatíveis, e que os fortes exercem o poder e os fracos se submetem. Mostraremos claramente que é para o benefício de nosso império, e também para a salvação de vossa cidade, que estamos aqui vos dirigindo à palavra, pois nosso desejo é manter o domínio sobre vós sem problemas para nós, e ver-vos a salvo para a vantagem de ambos os lados".
No trecho acima, fica evidente o berço de origem de um dos princípios básicos do autor realista Hans Morgenthau: “Os interesses dos Estados são definidos em termos de poder”, portanto, é possível afirmar que Morgenthau inspirou-se na obra de Tucídedes, considerado um dos precursores do realismo. O general ateniense foi um dos primeiros autores a viver e a registrar as interações entre unidades políticas, a guerra e as relações de poder envolvidas de forma objetiva, razão pela qual o autor é considerado o pai da corrente teórica realista.
O trecho do texto que segue, enfatiza a sua relevância e contribuição aos pensamentos de Morgenthau e ao próprio realismo clássico: “Vossa decisão é mais quanto à própria salvação, evitando oferecer resistência diante de quem é muito mais forte. Em nosso caso, portanto, não