História da Filosofia: algumas ponderações
Criticar é somente constatar que um conceito se esvanece, perde seus componentes ou adquire outros novos que o transformaram, quando é mergulhado em um novo meio. Mas aqueles que criticam sem criar, aqueles que se contentam em defender o que se esvaiu sem saber dar-lhe forças para retornar à vida, eles são a chaga da filosofia.1
1 PERÍODO HELENISTA E GRECO-ROMANO 2
Esses dois períodos, o Helenista e o Greco-Romano, somados, constituem o mais longo período da história da filosofia antiga, indo de meados do século IV a.C. até o início do século VIII d.C. Muitas vezes se considera esses mais de onze (11) séculos de história como um único grande período, mas há divisões importantes contidas nele. Ele abrange todo o apogeu do Império Macedônico (sucessor do Grego) e também o seu declínio quando Roma surge como potência do Mundo Antigo a partir de 146 a.C, vindo ainda a se estender por todo triunfo do Império Romano nos primeiros três séculos da era cristã e também por sua posterior derrocada em 476 d.C, chegando inclusive a meados do século nove d.C, no Oriente. Nesses períodos o pensamento grego vai cruzar-se com várias culturas do Oriente (Ásia Menor) e também, bem posteriormente, com o cristianismo.
Do cristianismo pode-se dizer que vai influenciá-lo e também por ele será influenciado através do uso que os Pais da Igreja, (Patrística) farão da filosofia para construir um sistema teológico sobre as “verdades a cerca da Igreja e da fé”, ou sobre a “verdade revelada”. A filosofia de Platão, Aristóteles e Epicuro, por exemplo, sobretudo a dos dois primeiros, será revisitada pelos pensadores cristãos e receberão uma outra roupagem. Surge, assim, a apologética, também chamada de filosofia teológica ou filosofia cristã, cujo objetivo principal era utilizar elementos e pressupostos da filosofia grega para justificar e legitimar posições teológicas do interessada Igreja Cristã.3 Em grande parcela do período cristão (15