História da chrysler do brasil
Em setembro de 1967 um norte-americano alto e calvo passou a dirigir a Simca do Brasil, anteriormente comandada pelo engenheiro francês Jean Jacques Pasteur. Seu nome: Victor G. Pike. Sua missão: abrir caminho para a produção dos Dodge Dart nacionais. Como responsável pela implantação da nova marca, a primeira medida de Pike, que já havia trabalhado por 16 anos na Chrysler australiana, foi ordenar -acrediteque o piso da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) fosse limpo, o que não acontecia há anos. A produção dos Chambord, Jangada, Esplanada e Regente foi então paralisada por três dias, tempo suficiente para que 500 dos 1700 empregados fossem demitidos. O único setor que ganhou alguns funcionários -num total de 17- foi o de limpeza. Os faxineiros "arregaçaram as mangas" e, neste mesmo prazo, deixaram o assoalho -que se escondia sob uma grossa camada de graxabrilhando como novo, ficando do mesmo jeito que estava no dia da inauguração, muitos anos atrás, quando ali eram montados os Chrysler, Dodge e Plymouth importados em CKD pela Brasmotor. Posteriormente a Chrysler suspendeu a montagem dos antigos Simca, produzindo a linha Esplanada até 1969 e, em julho daquele mesmo ano, foi fabricado o primeiro Dodge Dart nacional, resultado de um investimento de US$ 55 milhões. O novo modelo -lançado na versão quatro portas - iria concorrer com os chamados "automóveis de representação', como o Itamaraty e o Galaxie, da Ford-Willys e o Opala, da GM. Inicialmente a Chrysler decidiu colocar no mercado apenas a versão standard, com acabamento mais simples, oferecendo alguns equipamentos opcionais, caso do teto de vinil e da pintura metálica. O motor -fundido nas instalações da antiga fábrica da International Havester, em Santo André (SP)- era o mesmo dos caminhões D-700, o clássico 318V8 de 5.212 cm3 e 198 cv de potência máxima a 4.400 rpm que, apesar de alimentado por um péssimo carburador duplo DFV permitia ao veículo desenvolver mais de 180