Historias para sala de aula
A Cegonha e a Tartaruga
- Vou partir para as terras quentes do sul – declarou a cegonha com visível orgulho. – Desde que anunciaram tempos difíceis, não penso noutra coisa.
- Quem é que anunciou tempos difíceis? – perguntou a tartaruga num bocejo.
- O boletim meteorológico. Falaram de vento, chuva, frio, enfim só coisas desagradáveis. Eu, sempre que posso, fujo do que me aborrece.
- Foges?
- Bom, é uma força de expressão. Sabes que aproveito todos os pretextos para uma viagenzinha.
Certa de que despertaria inveja, a cegonha pôs-se a descrever as delícias que desfrutava nas suas deslocações:
- Oh! Levantar voo, bater asas, lançar-me à aventura! Hoje uma terra, amanhã outra… tu sabes lá o que a gente encontra por esse mundo fora. Há cada animal!
- Imagino – respondeu a tartaruga.
- Não imaginas, não. Ora diz-me, consegues fazer passar pela tua cabeça uma manada de bichos que parecem pacíficos e de trato fácil, mas que afinal são indomáveis e nunca nada nem ninguém conseguiu domesticar?
- São zebras. um pouco desconsolada, a cegonha insistiu:
- E um mastronço de pele dura como a sola, míope, neurótico e com um corno só?
- Nada mais fácil. É o rinoceronte.
- Como é que tu, sem saíres de casa, sabes estas coisas?
- É fácil. Tenho em casa muitos livros. Não me desloco, mas viajo pelos caminhos da leitura. Só preciso de óculos e de imaginação!
Rato Lagarto
Um lagarto e um rato fizeram amizade num jardim de certa cidade.
O rato só pensava na bola mas o lagarto andava na escola.
Às vezes discutiam com grande calor porque um queria ser doutor e outro ganhar milhões e ser ídolo das multidões…
Certo dia o desmiolado roeu um dicionário de rato-lagarto que lhe soube a bolor e que pertencia ao lagarto doutor.
Muito arreliado o lagarto zangou-se com o rato analfabeto que nem sabia ao certo para que servia aquilo que roía.
Então o tolinho do rato que só pensava na bola e não ia à escola resolveu ir aprender a ler e a escrever para ter perdão do lagarto sabichão.
E