Historia
Há uma grande dificuldade de obter dados demográficos sobre a Idade Média devido a não existência de recenseamentos regulares, mas através de aproximações pode-se considerar que, entre os séculos XI e XIII, a população européia dobrou ou até triplicou em certas regiões. Esses dados são reforçados pela alta fecundidade e pela diminuição das epidemias no período. Mas, a fome não desapareceu completamente nessa época, houve a necessidade das pessoas adaptarem os hábitos alimentares à disponibilidade de alimento, por exemplo, fabricando pães com uva,ingerindo carnes consideradas impróprias para o consumo humano (serpentes, ratos) e até por meio do canibalismo.
Com o passar do tempo, a fome generalizada diminuiu na Europa e, assim, a expectativa de vida da população aumentou:“enquanto ela não ultrapassava vinte anos no século II, apogeu de Roma antiga, ela salta para 35 anos por volta de 1300”. (p.101)
Os progressos agrícolas
A necessidade de alimentar uma população dobrada exigia um crescimento da produção agrícola, mas a forma como a agricultura era praticada no Ocidente não possibilitava a obtenção de maiores rendimentos. Tornou-se necessário ampliaras áreas de plantio, utilizando áreas antes consideradas improdutivas. Essa ampliação das terras cultiváveis somada a um melhor uso de fertilizantes permitiu conseguir melhores rendimentos com a produção agrícola, especialmente com os cereais que eram uns dos alimentos básicos da população. Logo, o processo de associação de cereais diferentes em uma plantação se generalizou, e o sistema de rotação trienal também se desenvolveu e trouxe vários benefícios, pois permitia “duas colheitas por anos, equilibrando, assim, os riscos climáticos”. (p.103)
Várias inovações na agricultura contribuíram ainda mais para o crescimento dos rendimentos agrícolas. O uso da charrua nos solos mais pesados, ao invés do arado, aliado ao desenvolvimento de uma nova atrelagem para a tração animal, que permitiu