historia
OITOCENTISTA NO DISCURSO DA HISTORIOGRAFIA TRADICIONAL Catarina de Oliveira Buriti
Camila Martins
Fernando Colaço
Jadyel Soares
Iapuan Tavares
José Otávio Aguiar As imagens construídas pela sociedade “civilizada” e cristã oitocentista brasileira em torno dos povos indígenas geralmente oscilam entre a noção romantizada de um índio ancestral e genuinamente bom, símbolo privilegiado da especificidade da pátria, e a de selvagens marcados pelos signos da fealdade, bestialidade e animalidade. Embora timidamente, perspectivas historiográficas renovadas têm tentado superar a visão predominante de vitimização do índio para tentar escrever sua história, situando-os enquanto sujeitos e agentes da mesma. O trabalho em pauta objetiva recuperar algumas informações dispersas no conjunto heterogêneo de obras nomeadas genericamente de
“historiografia tradicional paraibana” acerca do encontro entre índios e brancos na
Paraíba do século XIX. Utilizaremos como arsenal teórico-metodológico, além das obras em apreço, os textos “História dos índios no Brasil” de Manuela Carneiro da
Cunha, “Histórias de uma guerra: os índios botocudos e a sociedade oitocentista”, de
Regina Horta Duarte, e “Os olhos do Império: relatos de viagem e transculturação”, de
Mary Louise Pratt. Neste último, a autora faz um estudo dos tropos no qual tenta tanto desagregar quanto unificar o que poderia nomear como uma retórica do relato de viagem, evidenciando a heterogeneidade e interação desse gênero com outras formas de expressão. Com destaque às chamadas zonas de contato, termo utilizado para falar das interações propiciadas entre os viajantes e os povos visitados, Pratt desenvolve o conceito de transculturação, através do qual descreve a forma como grupos subordinados ou marginais selecionam e inventam a partir de materiais a eles transmitidos por uma cultura dominante ou metropolitana. Este