Historia
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Resenha do texto:
Charles, Boxer. O Império Marítimo Português. São Paulo: Companhia das Letras.
Para iniciarmos é preciso lembrar que Portugal foi o primeiro na Europa a sistematizar o processo de navegações no Atlântico. Isto implica, conforme Boxer, que houve precursores aos portugueses em relação às navegações pelo Atlântico (cartagineses; romanos, vikings ou polinésios), mas só Portugal tornou as navegações uma atividade constante.
Para Boxer Portugal era um dos poucos sem dissensões internas ou grandes conflitos externos. Foi pioneiro em estabelecer as navegações como Projeto de Estado. O Marco do processo de expansão marítima portuguesa foi a conquista de Ceuta (norte da África) contra os sarracenos (mouros). Para Charles Boxer esta conquista foi comemorada da seguinte forma:
a) Como conquista geopolítica: Ceuta representava uma cabeça de litoral e, portanto, seu controle representava um obstáculo a entrada dos mouros na Europa;
b) Como conquista econômica: para alguns cronistas, 1415 representava a conquista de uma região rica em trigo, embora Boxer ressalte, que o trigo era importado; c) Finalmente, foi comemorada como conquista religiosa, visto que representava a continuidade da luta contra os infiéis. De forma geral, Charles Boxer aponta quatro fatores para o desenvolvimento da Expansão Marítima Portuguesa:
a) O Ferrvor Religioso:
b) a procura de Preste João;
c) o desejo de se apoderar do ouro da Guiné;
d) a busca por especiarias orientais.
Os portugueses tiveram alguma vantagem para iniciar as viagens marítimas por estar em uma posição geográfica favorável e, também, por já ter uma tolerância e facilidade na adaptação a convivência com outras raças, já que os mouros por muitos séculos dominaram a península ibérica. Ainda como vantagem, Portugal expulsou os mesmos mouros em 1249, dois séculos antes de a Espanha fazer o mesmo.