Historia e Economia
A acumulação de capital é produto de um processo histórico anterior ao capitalismo. Surge da retirada do meio total de produção da mão do sujeito, tornando-o parte do todo. Na Idade Média os homens detinham o conhecimento total da produção, ou seja, um só homem produzia o objeto do início ao acabamento; os mestres tinham o conhecimento da produção da peça por completo, mas a partir das cruzadas, acontecimento que propiciou uma expansão do mercado, esse cenário foi se modificando. Com o crescimento do comércio, por via marítima e terrestre, o sistema de trocas mostrava-se inviável àquelas proporções de mercado, visto que, o dinheiro poderia ser torçado por qualquer produto.
Neste cenário de expansão comercial, surgem figuras como a do mercador, do burgo, e o camponês que antes produzia o que consumia (comida, roupa, móveis), agora se vê vendendo seu trabalho que não é mais geral e sim específico, ou seja, não se trata mais de um saber de produção total, mas sim, parcial. Agora o indivíduo que vivia num sistema de colonato, vende seu trabalho, pois as divisões de tarefas criou uma dependência entre todos e o fluxo do dinheiro trouxe uma maior mobilidade das propriedades.
Antes as necessidades eram supridas com o fruto do trabalho dos próprios camponeses, se precisavam de móveis fabricavam (HUBERMAN, 1986, p. 53), não existiam lojas para comprar estes artigos de necessidade, mas com a evolução com o uso do dinheiro os artesãos tiveram a oportunidade de abrir lojas sem muito investimento. E vender móveis fabricados por eles, para começar um negócio que começava a crescer. Se no início os produtos eram vendidos pelo preço justo, com o passar do tempo a noção de oferta e procura modifica esse cenário e o enriquecimento rebatido pela igreja como o pecado da usura, aos poucos vai se naturalizando, inclusive, para a própria igreja (HUBERMAN, 1986, p. 61).
Com o fim da Idade média, houveram muitas mudanças