historia e doc
A pergunta inicial nos leva a um questionamento, depois de 50 anos o que o povo brasileiro tem a comemorar em relação ao período de 1964? Após a uma visita a exposição no Instituto Moreira Sales, na Gávea RJ, e analisando as diversas formas de expressão cultural da época, como a literatura, a música, o cinema, as fotografias, os relatos através das entrevistas após período do golpe militar, relatos de apoiadores e de opositores, o que posso avaliar é que devido as transformações ocorridas pós-guerra, sendo elas a urbanização e a industrialização tornando se a matriz do conflito que levaram ao golpe militar. Posso citar a Escritora Raquel de Queiroz que com outros intelectuais e parte da população, enxergavam a tomada do controle da nação pelos militares, como benefício para o país, achando que este seria por um período provisório e com a intenção de “colocar o país nos eixos”, porém com o passar dos meses essa visão foi sendo mudada, pois para exercer estes controles foram usadas estratégias truculentas e arbitrárias, torturando, perseguindo e prendendo quem se opunha a nova gestão, fazendo assim que parte desta população mudassem de opinião, contudo já não tendo mais liberdade para se restabelecer a democracia, o que já tinha sido alertado pelo então deputado Leonel Brizola que teve que se refugiar no Uruguai para não ser preso..
Começa então várias manifestações, geralmente de forma sútil, para aclamar a população a exercer a cidadania.
Cito 3 dessas manifestações culturais: a literatura que teve publicações importantes, lançadas este ano, como o PIF PAF de Milor Fernandes, aonde eram abordados os acontecimentos da época de uma forma irreverente, com humor, mas sempre com um tom de oposição velada. As publicações de Clarisse Lispector e os festivais como a Opinião, no Teatro Arena, aonde cantores como Vinícius de Moraes e Nara, usavam letras tendenciosas, com sutileza, para realizarem seus protestos. Era uma obrigação de civilidade