Historia e contexto da arquitetura no Brasil
História e contexto da arquitetura no Brasil
O estabelecimento do ensino de Arquitetura no Brasil é, relativamente, recente. O Curso de Arquitetura da Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, que fora o único do Brasil por mais de cinquenta anos, era uma instituição pública que recebia estudantes de origem modesta desde sua criação, em 1826. Havia, então, a necessidade de implantar equipamentos e instituições que apoiassem o desenvolvimento do Reino Unido do Brasil, recém criado pela instalação da corte portuguesa no País em 1808. Iniciou-se o ensino oficial de artes e ofícios industriais, principalmente depois da acolhida da chamada "Missão Francesa", em 1816.
O ensino da Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro modernizou-se com a criação de novas e especializadas disciplinas, em 1854, sob a direção de Manoel de Araújo Porto Alegre (1806-1879), o Barão de Santo Ângelo. Foram criadas a figura do professor catedrático e uma estrutura de ensino que se manteve inalterada até 1959, ano em que a instituição foi extinta já como Escola Nacional de Belas Artes - ENBA, nome que lhe foi dado pelo Estado Republicano em 1889. Durante todo o século XIX, essa Academia/Escola formou um número reduzido de arquitetos, mas, a partir de princípios do século XX, começou a receber estudantes provenientes de estratos sociais mais cultos, atraídos pelas oportunidades que o desenvolvimento econômico proporcionava. Um sintoma da mudança das condições do mercado de trabalho foi a criação de diversos cursos de Arquitetura em novas escolas de Engenharia ou Belas Artes, nas principais cidades do país, a partir do final do século XIX. A história dessas etapas iniciais foi recuperada e extensamente comentada por Barreto (1983), Fiore (1992), e, ainda, Passaglia (1991).
A recente presença da Arquitetura erudita no Brasil tampouco conheceu longos períodos de estabilidade, pois o século XX foi pródigo em mudanças estruturais que afetaram todos os