historia em acao
A imigração de Africanos para o Brasil nos dias atuais
Alex André Vargem *
Adital -
Nos últimos meses a situação dos imigrantes africanos no Brasil obteve algum espaço na mídia brasileira, infelizmente, o destaque é sobre o tratamento desumano que é dado aos africanos em pleno solo brasileiro, seja por uma violência cometida pelos agentes do Estado e/ou pela sociedade brasileira, como o caso da morte da estudante angolana Zulmira de Souza Borges Cardoso, assassinada no bairro do Brás enquanto conversava com quatro amigos num bar.
Os africanos presentes no Brasil, hoje, vieram ao Brasil por diversos motivos, seja a procura de trabalho, a procura da proteção do Estado brasileiro, no caso dos refugiados ou aqueles que vieram estudar nas universidades brasileiras seja por meio dos acordos de cooperação ou os que vieram por conta própria. É preciso compreender que este movimento migratório contemporâneo iniciou-se na década de 1960, período em que muitos países africanos lutaram e adquiriram a sua independência frente aos colonizadores europeus e o Brasil estreitou as relações políticas com estes países recém libertos.
Mensurar este fenômeno migratório para o Brasil nos dias de hoje não é fácil dada à ausência e o desencontro dos dados das instituições governamentais. O que se tem é uma amostra feita pelo IBGE no ano de 2000. Segundo estes dados, nos anos de entrada entre 1996 e 2000, havia no Brasil pouco mais de 15 mil africanos, a maioria é oriunda dos Países Oficiais de Língua Portuguesa (Palops) com destaque para Angola com a estimativa de uma população de 41% entre os africanos, seguido por Egito (22%), Moçambique (9%), África do Sul (8%). Cabo Verde (5%), Nigéria e Marrocos com 3%. A maioria dessa população está concentrada na região sudeste.
O ponto de vista da política migratória brasileira, em geral, é tratada ainda como "caso da polícia". Há uma prática institucionalizada que opera numa perspectiva racista e xenofóbica, como os