Historia do teatro brasileiro
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HISTÓRIA DO TEATRO BRASILEIRO Tal panorama que a Revolução de 30 veio encontrar e que perduraria, aliás, em suas linhas mestras, por mais de uma década. As primeiras tentativas de renovação partiram de autores que, embora integrados econômica e artisticamente no teatro comercial, dele vivendo e nele tendo realizado o seu aprendizado profissional, sentiam-se tolhidos pelas limitações da comédia de costumes. Pessoas, enfim, que, sem rompes de todo com o passado, desejavam dar um ou dois passos á frente, mais no campo da dramaturgia, em que atuavam, que no do espetáculo. Para os jovens que enfrentavam o velho teatro cristalizado do Rio de Janeiro, a arena paulista era uma bênção. Na verdade, no rigor da letra, São Paulo era um deserto: àquela altura do século XX, apesar da pujança econômica crescente, não existia um teatro profissional paulista assentado, comparável ao mercado carioca. O que se chamava de teatro brasileiro até então era, na verdade, o teatro feito na capital federal, carioca; os demais centros urbanos do país contavam com um cotidiano de produção rarefeito, amador, em que a vivacidade e o brilho só aconteciam quando as companhias e os elencos da capital ocupavam os palcos. Ou quando chegavam os estrangeiros. Contudo, desde o inicio do século XX São Paulo era o grande poder econômico do país, a principio graças ao café, depois em função da liderança industrial e financeira. Era preciso que a terra obreira fosse despojada de sua aparência caipira e conquistasse o estatuto de centro irradiador de ideias, arte, cultura. A agitação nesse sentido pode ser rastreada desde as primeiras décadas do século XX – e logo chegou ao teatro. Envolvia um projeto politico claro, ainda que por vezes a abordagem do processo pelos historiadores pareça um tanto mecânica demais. Para chegar-se a uma verdadeira contestação da ordem vigente teria sido necessário que o espírito da Semana de Arte Moderna houvesse agido sobre o teatro com virulência igual á que já