historia do pt
Até hoje não existia uma história do PT. Nem mesmo oficial feita pelo próprio partido. É uma tarefa difícil para um historiador se manter equidistante das correntes internas do PT e do próprio ambiente politico em que o partido agiu. Lincoln Secco, sem negar a vinculação que ele (e boa parte de sua geração) teve com o PT, sem exaltá-lo ou atacá-lo gratuitamente, supera os inúmeros estudos de caso e teses acadêmicas sobre o período de formação do partido e oferece uma visão de conjunto da trajetória petista. Em vez de escrever um livro acadêmico ele preferiu uma história ensaística voltada aos que "trabalham" com o PT: jornalistas, cientistas políticos, pesquisadores estrangeiros e militantes políticos.
A obra visa também os jovens. Por isso, traz um mapa das tendências petistas ao longo de sua história, glossário do jargão interno e cronologia.
A obra acompanha a trajetória petista desde a greve da Scânia em 1978 até a vitória de Dilma Rousseff. Mostra como o PT passou de um ator social radical a um integrante da ordem política estabelecida, cresceu eleitoralmente, perdeu seu ímpeto militante e se tornou uma máquina de governo, atravessando escândalos de corrupção, perseguições de seus adversários e chegando a uma surpreendente hegemonia política no Brasil.
Em 1979, o governo do general João Baptista de Figueiredo iniciava o "processo de abertura lenta e gradual" , que marcou o começo do fim da ditadura. Houve anistia aos atingidos pela Lei de Segurança Nacional. Com a volta dos exilados políticos ao Brasil, discutia-se a reformulação do quadro partidário, reduzido a um sistema bipolarizado (Arena e MDB) desde o golpe militar de 1964. Para apressar a queda da ditadura, os políticos cogitavam formar uma frente ampla de oposição. Lula considerou a frente ampla demais, pois ela contava com pessoas que, até pouco antes, haviam sido aliadas do regime militar e não demonstravam interesse em defender os direitos dos trabalhadores. Em 10 de