Historia do brasil
O nome, quando reconhecido, faz a vida resistir!
Estamira é uma mulher de 63 anos que sofre de distúrbios mentais e que, a mais de 20 anos, trabalha no aterro Sanitário de Jardim Gramacho, no Rio de janeiro.
É uma mulher simples e de vida difícil que encontra no lixão a possibilidade de sobrevivência. Em seu depoimento, nos dá a impressão de que não viveria sem aquela realidade no lixão. É uma mulher tachada como “louca” pela família e médicos, mas que nos apresenta com uma lucidez incrível nas suas idéias e seus pontos de vista. Renega a Deus por diversas razões e se mostra capaz de explicar todos os fenômenos naturais e humanos de forma lúcida, eloqüente e ao mesmo tempo questionadora. Torna-se uma prova da capacidade que as pessoas têm de pensar e agir de forma contrária a padrões e, ainda assim, se manterem intelectualmente ativas.
Mostra ser uma pessoa que sofreu muito e por isso abriu mão de uma “vida social bem vista” para se dedicar a analisar o ser humano e suas atitudes, e a questionar a real existência de um Deus. E foi no lixão, em meio a outros catadores, que passou a encontrar respostas para muitas das suas indagações e críticas.
Diz ter uma missão: “Além de eu ser Estamira, minha missão é revelar a verdade”. Afirma com muita convicção que não existem inocentes, que o que existem são espertos ao contrário. Nos deixa a impressão de que fala a respeito daqueles que se dizem inocentes apenas para se sentirem numa posição mais confortável e favorável. Diz ser ela mesma a “visão de cada um”. “Ninguém pode viver sem mim. Ninguém pode viver sem Estamira”. Coloca-se no foco e quer levar as pessoas a entender as coisas da mesma forma que ela entende, de forma crítica e analítica, colocando o ser como único responsável pelo próprio ser. “A criação toda é abstrata. O espaço inteiro é abstrato. A água é abstrata. O fogo é abstrato. Tudo é abstrato. Estamira também é abstrata”. Faz uma comparação entre o ser de carne, sangue e nervos e a