Historia do brasil
Professora: Lourdes M.G Conde Feitosa
Música Indígena Brasileira
Faz parte do vasto universo cultural dos povos nativos do Brasil. A música indígena tem recebido alguma atenção do ocidental desde o início da colonização do território, com os relatos de Jean de Léry sobre alguns cantos tupinambás, em 1558, e de Antonio Ruíz de Montoya, cujo extenso léxico inclui um universo de categorias musicais do guarani antigo. Estudiosos mais recentes como Mário de Andrade e Villa Lobos, se preocuparam em conhecer a música dos indígenas brasileiros, Villa Lobos inclusive deixa latente a influência dos nossos nobres antepassados ameríndios em sua obra musical.
O contato com os jesuítas proporcionou a alguns grupos indígenas, como os guaranis, o conhecimento da música clássica da Europa Ocidental. No sul do Brasil, no território das Missões, havia índios que tocavam instrumentos europeus, como clarinete e violino, e ainda construíam esses instrumentos que eram vendidos em grandes cidades da Europa, como Lisboa, Madri e Viena.
A maioria dos grupos indígenas associa a música ao sagrado, aos rituais de exorcismo, mitos fundadores, magia e ligação com os ancestrais. Para eles, a música é um presente dos deuses, que estavam entristecidos com o silêncio no mundo dos homens. Não só a música, mas a dança cumpre um papel de marcar rituais de passagem (idade adulta, fertilidade nas mulheres). Existem instrumentos exclusivos para homens e outros que só mulheres podem tocar. Em alguns rituais, as mulheres podem ouvir a música, mas não podem ver a desempenho. A música ameríndia não segue o sistema tonal, sendo de difícil transcrição para o ouvido europeu (música tonal é toda música que apresenta uma tonalidade definida, ou seja, uma hierarquia entre as notas utilizadas, girando em torno de uma principal). A cultura indígena é basicamente oral, nela a música é uma extensão da fala, e seus limites às vezes são sutis e imprecisos. Um discurso pode acabar