historia do brasil trabalho escravo
O Brasil tem em sua constituição a ligação íntima com a mácula do trabalho escravo, que se iniciou com a exploração de mão de obra indígena e se consolidou com a exploração de negros africanos e seus descendentes, o que por mais de três séculos configurou suas relações econômicas e sociais. A verdade é que, guardadas as devidas proporções, nunca deixou de existir o trabalho escravo no Brasil. Mesmo após a sua abolição formal, em 1888, a escravidão permaneceu e, ao longo dos anos, adquiriu novos formatos. Esse é um fenômeno que ocorre também em diversos países.
Devido ao interesse em aumentar o lucro à custa do trabalhador, essa prática persistiu ao longo dos anos e manteve-se tão vantajosa quanto à época do Brasil colônia e império. Como indica Figueira (2004, p. 41-42), diferentemente do modelo vigente no Brasil do século 16 ao 19, no qual a prática da escravidão era lícita, a escravidão contemporânea é ilegal, ocorre na marginalidade e, se antes o pretexto para escravizar era a cor da pele, hoje é a pobreza que distingue os “senhores” de seus subordinados. A falta de oportunidades faz com que trabalhadores sejam atraídos por falsas promessas de emprego e melhores condições de vida, que os levam para situações que se assemelham àquelas vividas pelos escravos nos primórdios desta nação.
No passado, o escravo era visto como um bem material, que deveria ser minimamente preservado. Era mais caro comprar um novo escravo do que manter suas condições mínimas de sobrevivência. Hoje, pode se tornar mais simples descartar um trabalhador do que assegurar os seus direitos e as suas condições materiais e, embora o trabalhador não seja mais uma propriedade de seu soberano, ele muitas vezes é considerado como um produto para consumo imediato e posterior descarte.
A situação do Brasil perante a escravidão contemporânea é ainda muito problemática, apesar dos esforços feitos nos últimos anos pelo Governo Federal. Dados disponíveis no relatório de