Historia do brasil, revista anistia p 330
Entretanto, nem toda a bancada do MDB concordava com o encaminhamento da liderança em favor da emenda de Djalma Marinho( eram 29 contra), mas a liderança do MDB considerou que a emenda de Marinho, vinda de um governista, poderia sensibilizar os arenistas.
Assim, com o apoio do MDB e pelo voto simbólico das lideranças, primeiro a Câmara e o Senado aprovaram o substitutivo de Ernani Satyro.
o MDB desistiu de todos os seus destaques, requerendo, apenas, a votação da emenda de Djalma Marinho que, através de uma pequena alteração dos parágrafos do artigo 1º, mantinha os benefícios aos responsáveis pela repressão do regime militar, mas também anistiava aqueles que o projeto original pretendia eliminar, mas a emenda de Marinho foi derrotada.
Como lembrou o brasilianista Thomas Skidmore – que entrevistou muitos dos personagens mencionados –, a anistia foi negociada:
Aliás, as negociações sobre a anistia continuariam após a sua aprovação.O consultor geral da República, Clóvis Ramalhete, que havia dado a redação final ao projeto e ao decreto que regulamentou a lei, sugeria que os anistiados “requeressem seus direitos”.
Ainda assim, como se vê pela posição de seus 29 parlamentares mais renitentes, o MDB tinha a opção de votar contra ou de abster-se, mas optou por participar do processo parlamentar de aprovação da anistia, aprovando o substitutivo da Comissão Mista, e não o fez sob coação. No encerramento dos trabalhos da comissão mista, lamentando o resultado, Pedro Simon disse não ter sentido nenhuma ameaça.
Com o passar do tempo, estabeleceu-se a leitura de que o “perdão aos torturadores” foi o preço a pagar para que a anistia fosse aprovada. Segundo Mello Bastos, líder sindical e tenente-coronel aviador da reserva, “quando foi enviada a mensagem ao Congresso, o projeto já contemplava a maior preocupação da ditadura: a reciprocidade para os militares