A partir do século XIX, as preocupações psiquiátricas foram delimitando suas fronteiras com a Psicologia, e o principal exemplo disso foi a criação de laboratórios de Psicologia em diversas instituições psiquiátricas. Nesse período, o país encontrava-se em condição precária de saneamento e saúde, e foi nesse contexto que tanto o pensamento psiquiátrico quanto o psicológico encontraram um terreno fértil para a aplicação de seus conhecimentos por meio da Higiene Mental. Para expor essa linha, é abordado as produções dos hospícios e algumas instituições correlatas. A base dessas instituições foi o alienismo, que tinha como objeto de estudo a razão e mais tarde somou-se com o organicismo, que trazia o conceito de determinação hereditária da loucura, acreditando que os negros eram mais propensos à degeneração por sua inferioridade biológica. O alienismo havia sido expressão da Medicina Social que incluía a preocupação com a pobreza, o crime e a loucura. Como solução apresentava-se a necessidade de um controle sobre a massa urbana, devendo ao asilo excluir o convívio social dos não adaptados às normas. Essa concepção, apesar de majoritária, não foi unânime. O Hospício do Juquery denunciou essa precariedade da assistência aos doentes mentais e defendia a centralização da assistência psiquiátrica. A produção do Juquery se concentrou na Psiquiatria, não trazendo contribuições diretas para a Psicologia, embora sua preocupação com a loucura abarca o fenômeno psicológico. O Hospital Nacional dos Alienados também foi um asilo modelo para o pensamento psiquiátrico da época, no entanto, nesse hospício é explicito o vínculo com a Psicologia, concretizado na existência de laboratório. Foi o primeiro no Brasil que tratou a loucura do ponto de vista eminentemente médico. A Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro produziu uma ampla contribuição à Psicologia através de seu laboratório destinado ao estudo, cura e profilaxia das moléstias mentais. Esse laboratório