Historia da psicologia
Não existe, ainda, ao longo de quase todo séc. XIX, especificidade de práticas e técnicas psicológicas. Um campo disciplinado e articulado de conceitos, objetos, métodos e técnicas psicológicas funcionando em regime de regularidade científica forma-se somente na passagem ao século XX, dentro desse domínio maior - que lhe é contemporâneo - das Ciências Humanas. É essa transposição que permite acesso ao estatuto de ciência e faz nascer uma psicologia científica, conforme estudamos nos manuais de História da Psicologia. (Prado, 74:2005)
Em nossa modernidade (a partir do século XVI) teriam irrompido diversas experiências que, em seu emaranhado, conduziram a uma multiplicidade de orientações no campo atual da psicologia. A multiplicidade da psicologia não é o produto de um descuido científico ou de uma imaturidade do saber psicológico, mas o eco dessa profusão de experiências, e do modo como elas se articulam na construção de um solo psicológico. (FERREIRA, 14:2005)
A sensação de que somos pessoas singulares, dotadas de uma personalidade própria, com histórias de vida e sentimentos únicos e intransferíveis é tão evidente que a princípio tendemos a banalizá-la, pensando que “sempre foi assim”. Um modo de suspender essa certeza que a vida cotidiana nos dá é considerar que a experiência humana é condicionada pela história e pelas relações que os homens travam entre si em sociedade. Para entender a experiência psicológica moderna, portanto, é preciso considerar a gênese e o desenvolvimento das atitudes, comportamentos, crenças e visões que vieram desaguar no corpo e na alma do homem de hoje. (GERMANO, 2005)
Precondições socioculturais para o aparecimento da psicologia como ciência no século XX.
Declínio do mundo medieval e o lançamento do homem europeu numa condição de desamparo: “Perda desse sentimento de comunhão com uma ordem superior traz grande sensação de liberdade e a possibilidade de uma abertura sem