Historia da Medicina do Trabalho
Historiadores da medicina mostraram em seus estudos que já desde o antigo Egito são encontradas referências à relação trabalho-saúde/doença, como por exemplo, as citadas no papiro de Sellier (os braços dos pedreiros
"desgastavam-se com o trabalho") e no papiro de Ebers.1
A importância do equilíbrio mental e físico não era desconhecida. Havia dinastias que determinavam dias de descanso e licenças especiais e até pensão por invalidez de origem laboral.
Uma longa tradição de textos judaicos demonstra preocupação com as relações do trabalho e faz considerações sobre alimentação e doenças dos trabalhadores. A primeira observação de uma doença profissional – a cólica provocada por chumbo no trabalho de extração de metais – é atribuída a Hipócrates
(460a.c.-377a.c.), que também fez muitas referências a doenças ocupacionais em várias profissões (pescadores, metalúrgicos, mineiros, tintureiros, alfaiates, cavalariços, etc.) e dentre outros relatos descreveu, por exemplo, um trabalhador que desenvolveu paralisia após realizar constantemente movimentos serpentiformes e giratórios prolongados das mãos e a presença de lombociatalgia, impotência e esterilidade em quem trabalhava montado a cavalo. Por sua vez, Plínio, enciclopedista médico romano, descreveu o envenenamento pelo mercúrio, uma doença típica dos escravos que trabalhavam nas minas e pedreiras.1,2
Ainda no período clássico da Antiguidade, devemos fazer referência a
Galeno, cujos escritos tem diversas referências às doenças ocupacionais.
Desse período até a Idade Média foram feitas algumas descrições de patologias físicas e mentais relacionadas ao trabalho, ex.: envenenamento laboral por vapores em ourives, doenças relacionadas ao trabalho de militares, em especial, marinheiros, contaminação por sífilis em parteira, doenças pulmonares em mineiros, doenças de fundidores e metalúrgicos, hérnia em carpinteiro por levantamento excessivo de peso, doenças em soldadores, em sapateiros e o