Historia da lingua de sinais
Marcia Regina Zemella Luccas Março/2009
Ao longo da história de nossa civilização ocidental, surgem diversos relatos sobre os surdos assim como outros deficientes, apontando a sua participação na sociedade. Saber e conhecer esses fatos nos faz entender melhor quais foram os caminhos que a comunidade surda percorreu até hoje. Na verdade, sabe-se hoje que com o reconhecimento da LIBRAS como língua de comunicação e o advento do ensino bilíngüe, há o respeito a cultura surda, e condições surdos de acesso a esses sujeitos ao conhecimento. Na história da nossa civilização e cultura, os surdos e sua comunicação aparecem pela primeira vez no registro de dois grandes filósofos, Platão e Aristóteles. Infelizmente, o pensamento de Aristóteles (século IV a.C.) reflete até hoje no modo como algumas pessoas encaram o surdo:
“A audição contribui para a maior parte do pensamento, porque a linguagem é a causa da instrução. Compõe-se com efeito (a linguagem) de palavras e cada uma das palavras é um signo. É por isso, que entre o homens privados congenitamente de um sentido, os cegos-natos são mais inteligentes que os surdos-mudos”. (Gannon, J. in Coutinho, 2008)
A partir desse pensamento, podemos entender que os gregos defendiam que a fala era de origem divina e que para as pessoas surdas deveria ser negada a instrução As Leis romanas e feudais refletem a idéia de que o surdo deveria ser excluído da sociedade e de seus direitos “ao surdo não era permitido o acesso a herança e aos privilégios feudais.” (Farar, A, in Coutinho, 2008, pag. 32). Nos casos mais comuns, viviam como camponeses ou eram tolerados como “idiotas ou débeis”. Apesar da aparente exclusão dos surdos e da sua impossibilidade de participar ativamente da vida comunitária, existem alguns registros de que em algumas comunidades religiosas os surdos eram recolhidos e esses religiosos se beneficiavam dos conhecimentos da comunicação gestual. São Jerônimo