Historia da infancia no brasil
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Há dias me surpreendi ao ver uma menina, de uns quatro anos de idade, com trajes que traduziam a insensatez dos adultos responsáveis por ela. Vestia um shortinho colado ao corpo e de tal forma transparente que deixava visualizar a calcinha, de modelo bastante sensual e nada infantil. A blusinha curta deixava à mostra a barriga. No rosto, blush e na boca, batom vermelho. Nos pezinhos, um tamanco com saltinhos que a obrigava caminhar com dificuldade, mas que não a impedia de andar de forma também sensual. Nas mãos, uma bolsa que imita um modelo usado por uma mulher adulta. Esse fato deixou-me bastante perturbada e comecei a refletir: o que a sociedade atual está fazendo com as nossas crianças? Se nos reportarmos à Antiguidade, veremos que a infância não era respeitada como tal. Há notícias de que crianças participavam de todas as atividades destinadas aos adultos, inclusive de orgias, e não havia diferença nenhuma no tratamento e cuidados para com elas. Até nas pinturas podemos ver retratada essa questão, quando o artista pintou as crianças com trajes semelhantes aos dos adultos, pois de fato não havia essa especificidade, uma roupa própria para a idade do brincar e do movimento. Somente a partir do Século XVII é que a criança começa a ser encarada como uma pessoa que ainda não tem discernimento dos seus atos e necessita de um olhar e atitudes diferenciados para a sua condição. No Século XVIII pensadores como Jean Jacques Rousseau já alardeavam que a criança não é um adulto em miniatura, ou seja, é um sujeito que precisa ser tratado de acordo com suas necessidades em cada uma de suas fases de crescimento.
Hoje, temos notícias de crianças que assistem filmes com cenas de sexo explícito. De crianças, cujos pais deixam revistas pornográficas ao seu alcance, e têm sob os olhos cenas que só poderiam ver na idade adulta. Então me pergunto: há muita diferença da situação de hoje para as daquelas crianças da Antiguidade, que assistiam e até participavam de orgias? O que