Historia da Guerra
A expectativa que muitos pensadores e humanistas, ao longo da história, guardavam sobre a possibilidade do mundo ver-se um dia livre das guerras, seguramente frustrou-se. Imaginavam eles que com o avanço da civilização e com o crescente aperfeiçoamento ético dos homens e das mulheres fosse possível evitar-se as chacinas e as demais desgraças trazidas pelos grande confrontos armados. Longe de permanecer como uma relíquia dos tempos bárbaros e primitivos da humanidade, a guerra, ao invés de desaparecer, apenas modernizou-se, adotando, devido aos avanços da tecnologia, uma potencialidade ainda mais mortífera e destrutiva do que em qualquer outra situação do passado.
Guerra é um assunto de importância vital para um estado, um tema de vida e morte, o caminho pelo qual se sobrevive ou se arruina. Por isso, é imperativo que deve ser bem estudada.
Sun-tzu – A Arte da Guerra, século IV a.C.
Atocaiado pelos tupinambás e levado amarrado para a aldeia deles em Ubatuba, no litoral paulista, episódio ocorrido em 1554, o alemão Hans Staden, além de sofrer ameaças diárias de que seria devorado, foi constrangido a seguir seus captores numa expedição. Para surpresa dele, colocaram-no numa das 38 canoas e levaram-no junto com os guerreiros na presença do cacique Konyan Bébe, para assisti-los num bom combate contra os seus eternos inimigos, os tupiniquíns, acampados num ponto da bem distante Ilha Bela. Queriam que ele testemunhasse, armados de bordunas, tangapemas e lanças, a bravura deles, mostrar-lhe de que ele não seria comido por um bando de frouxos mas sim por bravos temerários. Naquelas imensas paragens, nas enormes distâncias que separavam as tribos umas das outras do Brasil de então, porque os índios lutavam entre si? Sabendo-se o quanto a natureza era pródiga nas Terras de Santa Cruz, onde frutas, peixes, aves e animais, quase caiam nas mãos dos nativos, jamais havendo escassez de água, qual o motivo, fosse entre os coroados ou xavantes, das