historia da educação.
NECESSÁRIO1
Dermeval Saviani2
1. Introdução
O tema desta conferência foi formulado pelos organizadores do Colóquio que consideraram a conveniência (e necessidade) de abrir o evento com um balanço prévio sobre a história da história da educação no Brasil, isto é, sobre a historiografia da educação brasileira.
Como, por sua vez, esse Colóquio que ora se abre versa sobre as instituições escolares penso ser desejável que o balanço historiográfico proposto seja feito tendo como foco principal a história das instituições escolares no Brasil.
Como assinalei em outro trabalho (SAVIANI, 2007, p. 9-14), a origem das instituições educativas remonta ao momento de ruptura do modo de produção comunal (o comunismo primitivo) que determinou o advento das sociedades de classes. Localiza-se aí, nessa época remotíssima, o surgimento da escola, cuja data de referência é o ano de 3.238 a.C. no âmbito das civilizações suméria e egípcia (GENOVESI, 1999, p. 38).
A partir dessa origem a instituição escolar se desenvolverá na Grécia como paidéia, enquanto educação dos homens livres, em oposição à duléia3, que implicava a educação dos escravos, fora da escola, no próprio processo de trabalho. Com a ruptura do modo de produção antigo (escravista), a ordem feudal vai gerar um tipo de escola distinto da paidéia grega.
Diferentemente da educação ateniense e espartana, assim como da romana, em que o Estado desempenhava papel importante na organização da educação, na Idade Média as escolas trarão fortemente a marca da Igreja Católica. O modo de produção capitalista provocará decisivas mudanças na própria educação confessional e colocará em posição central o protagonismo do
Estado, forjando a idéia da escola pública, universal, gratuita, leiga e obrigatória, cujas tentativas de realização passarão pelas mais diversas vicissitudes.
No Brasil a origem das instituições escolares pode ser localizada em 1549 com a